terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

O mundo sobre sua cabeça


   Daqui já se pode ver aquela esquálida criança.Subjugada e julgada pelo mundo,parece estar no fundo do poço (um poço seco).Seus pezinhos e seus dedinhos enterrados num deserto,exercendo a força que desequilibra o mundo,que também está no fundo do poço.
   A testa franzida.Está lá o sol a seus olhos queimar.Sua infância está assando.Nossa globalização se encarrega disto.Talvez esteja esperando algum lugar onde areje um vento bom,onde possa descansar e ver o horizonte deitar no chão.
   Atrás,várias casas.Mas,pelo menos uma é um lar?Se não,o deserto é seu leito.Se fosse de outra cor estaria em qualquer parte?Será que assim veria a beleza transcendente do ocidente,que não é nada mais que uma fronteira artificial como algumas pessoas que residem lá?
   Sabe o significado ou a existência da palavra praça?A imaginação é o meio do escapismo.Vestindo apenas uma imensa bata que cobre seu pequeno corpo.Mas,brincando,finge ser o manto de um rei.Se este for do modo que penso.
   Um pedaço de vida na estrada morta.A brisa traz a areia e ofusca seus olhos.Não sabe que carrega o mundo sobre a cabeça.Mas sente que leva o vento no estômago.
   Daqui já se pode ver,mas todo o resto do mundo faz nada,inclusive eu.

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